domingo, 10 de janeiro de 2021

Fim de um amor.

 Acabar assim?

O amor supri com o desespero no coração fazendo a morte convidativa. Nem um beijo, nem um abraço, nem após o sexo. O fogo que queima a alma liberta a vida do amor, liberta o corpo do desejo e a vida do respirar uma paixão.  Não posso me perder, mas estou a dançar, é uma alegria disfarçada para destravar os pés preso no sonho às lágrimas molham o sorriso confundido por um leve tique nervoso insistente em permanecer nos lábios. Olha! Quando eu me for vou subir a colina para sentir o vento a soprar a poeira que cobre o coração dissipando as lembranças que formam a paixão. Eu amei, um amor unilateral, cheio de desejo, e agora tu me privas de sentir teu cheiro, de sentir o toque de suas mãos e o gosto de seus beijos e da intensidades do seu prazer exultante. Pois é, agora sou eu, meu coração, minha vontade está a dançar, meus pés se movem como se fios de marionetes os conduzissem, mas é apenas nós, um só no alto da colina sentir o vento. Do encontro do seu olhar por um` átimo pensei ter tudo, mas agora sou um fantasma pela maldição quebrada, amei sem permissão, sem direção, em meus olhos as lágrimas fazem sombras cobrindo a sua ausência e nesta quietude quem sabe se fazer renascer com os anseios do coração macerado. 

E acabar assim!.

Madel Lopez.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Ser digna.

 Merecer, ser digna. 

Às vezes às palavras são malditas em todo seu significado de mal e de dizer, elas tornam a vida solitária e não está sozinha, pode ser à solitária "talnis solium" um verme que se aloja em qualquer intestino. Também é uma cela de penitenciária onde se isola o prisioneiro para o castigo, mas para eles à solidão é melhor que a dor. A exemplo, tanto quanto possível a aranha em seu curto existir é solitária.  Ela tece fios, para nós um emaranhado de beleza sem igual. Talvez seja para sua defesa para sua vida, para seu continuar ou proteção do seguir em frente e ter simplesmente a armadilha para esperar uma presa para se alimentar.  

Isso é solidão? 

Ou esperteza para sobreviver e sentir orgulho de sobrevivência, apesar de tudo ela tem soberba, liberdade, respeito pelos seus valores.  De quando em um jardim pequeno de uma casa a um canto de um quarto ou em uma gigantesca florestas lá está ela pequenina, ou de tamanho de uma palma de uma mão tecendo, vivendo sem abalar sua dignidade, visto que de alguma forma somos todos prisioneiros de nós mesmos, mas assim sendo de maneira exclusiva apenas ela e o mundo a seu redor. A resultado de tudo, a solidão é como a honestidade, um presente caro que não se deve dividir com pessoas de pouco valor, pois ser solitária é estar consigo mesma.

Madel Lopez.

domingo, 3 de janeiro de 2021

Iniquidade.

Predestinada ou ser ferida é um acaso.

Às vezes me ponho a pensar, sentada em uma poltrona defronte a janela do quarto, por ela se vê apenas uma porção pequenina do céu. Árvores frondosas impedem a visão, agitadas pelo vento, em seu balançar que parece um gingado de uma dança frenética e em meu peito sinto o coração bater descompassado a seguir o ritmo. E assim em dilação de uma dor, às cicatrizes num tempo presente traz a tardança na prisão do querer. Querer não sentir buscar um refúgio e seguir o percurso, na mão como garras segura uma taça de vinho para se embebedar, para entorpecer as sombras da injustiça, mas ela é como no de marinheiro que se encaixa como dois ganchos e quanto mais se puxa tentando se livrar mais preso fica. Então a injustiça leva sua dignidade como um ladrão leva o tesouro, essa sensação flui como uma maldição proferida por tendenciosos se alterando em tormento que aniquila a alma, permanecendo na sua dignidade como um desafio em sua probidade, e esvaziando, alargando como a um buraco negro.  Assim, sem domínio de si, o medo cioso se torna seu mestre da dor. Já entorpecida, os meus olhos estão turvos pelo efeito do vinho através da névoa pela fresta das árvores, ainda se vê o céu antes que a luz que brilha iluminando todo o espaço se torne trevas. Respiro fundo sentindo uma brisa suave que sopra, me afasto da janela, deito em minha cama, o sono se adianta pelo torpor do efeito do vinho me levando para o vale das fadas. 
Antes da entrega total me questiono, amanhã? 
Não sei! 
Esperar, quem sabe, apareça um humano que tenha equidade em seu ser e revele o senso de justiça ou quem sabe, amanha, tudo outra vez.

Madel Lopez.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Raça

Negro é cor.

Negro é dor. 

Tom fulor na pele traz o calor. 

Tem coragem mesmo na solidão da inclusão que sem permissão dribla pelo choro preso no coração. 

São humilhados pelo silêncio que os obrigou a deitar em berço esplêndido que o egoísmo pelas correntes de sua pátria lhes fez mudar.

Mas a velocidade do tempo não impediu o desprezo prevalecer transformando o destino que a caça num navio um dia transportar se fez.

Vendo com os olhos e não com os olhos da alma, que os outros não chorou. 

A vida de injustiça outra raça lhes impôs. 

Sem perdão, sem generosidade, mas com valentia sem submissão pisa o solo fértil para eles não gentil.

Mas conseguir com braços forte à luta prevalecer.

 O percurso é árduo, muitas falhas vem bater.

Unidos pela igualdade, à luta pela cor, este povo heroico à de vencer.

Nas margens plácidas a liberdade também conquistar, esta que um dia lhes roubou e com à morte quase todo o clã se dizimou.

E aí, negro a cor.

Negro a dor. 

E esta pátria amada e idolatrada ainda vais chamar de meu amor?


Madel Lopez.