sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Suscetível a luz.

O céu, depois de um azul-escuro, se torna colorido para o amanhecer. Diante da janela do meu quarto me espreguiço, sentindo a brisa invadir todo o aposento. Indignada, talvez até insana, me preparo, saio a caminhar, sinto o vento mais forte soprar, pujante o ar se espalha e empresta a vinda da brisa do lago se dissolvendo com o nascer do sol, mas o dia está nublado, faz com que o céu fique cinza, refletindo na água, e sobre ela o cinza por todo ele, sem muito o que dizer, meu olhar vagueia ao longe, tão silenciosa como o céu, fecho os olhos, pois não é preciso ver seu poder, basta sentir o vento, respirar fundo o ar, ele entrar pelas narinas fazendo se perceber o movimento das ondas, pois assim vou sentindo o mesmo que outras pessoas seja onde estiver. Às vezes se pressupõe estar perdida na escuridão, ao seguir, quer se achar, a claridade em torno de si, brilha tanto que ofusco o outro, tornando o cego, também o faz ser como as mariposas diante da luz, nenhuma será poupada pelo seu encantamento. E assim imaginando, se converte em uma folha em branco e sobre ela faz se impotente, pois sendo a escrita tão silenciosa ela revela a falsa máscara dos afetos e faz encontrar o espírito da verdade, ao ser traçada em palavras a força do bem e do mal. Mesmo que nuvens negras encubra o céu, sigo sempre o facho de luz que surge em algum ponto através das nuvens se desfazendo. Uma vez que a verdade e o destino são as palavras na folha em branco, da mesma forma a bússola que nos estar a guiar clareia a mente fazendo suportar toda injustiça de velhos rancores, visto que as lembranças estão gravadas em nossos olhos por isso que quando se cala se adormece o poder e fica suscetível a luz. 


Madel Lopez

  

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